sábado, 12 de março de 2011

RETOMANDO A ESSENCIA

Desprezar o que é essencial é quase uma loucura. Dar as costas ou se esquivar daquilo que ‘corre pelas veias’ é beirar o precipício. Reparem que constantemente estamos lidando com o que é essencial e com o que é superficial em nós e observem que quando deixamos o superficial entrar e assumir espaços em nós, vamos aos poucos perdendo nossa identidade, nos tornando quem não somos; o superficial rouba nossa identidade e furta a essência. Posso dizer que é um dos grandes perigos que corremos em nossa vida, ou até mesmo, o maior perigo – Perder a essência, ser o que não é, viver revestido de uma roupagem incoerente em nome disso ou daquilo, desse ou daquele e não damos conta de que estamos cometendo uma loucura.

Um bombardeio de imagens, de idéias, de atividades, de trabalhos, se apresentando em nossa porta diariamente, a todo instante, querendo fazer parte de nossas vidas, desejando fazer parte de nós mesmos, que perigo corremos! Que risco corremos de deixar de ser o que se é!

Gosto de dizer que nenhum de nós deixamos a porta de nossa casa aberta a qualquer um. Trancamos tudo com cadeados, correntes, para por em segurança aquilo que é nosso, aquilo que fomos conquistando, não somente coisas materiais, mas, tentamos colocar em segurança aquilo que faz parte de nós, nossa família, as pessoas que amamos. Há pessoas que vão além com isso, colocam alarmes, contratam empresas, tudo para colocar em segurança aquilo que é seu e aqueles que fazem parte de sua vida. Veja... Se sabemos colocar em segurança tudo isso e todos esses, podemos começar a aprender a colocar em segurança aquilo que esta dentro de nós, aquilo é essencial em nós. Não vá abrindo a porta para qualquer um, para qualquer coisa, para qualquer idéia. Não deixe ‘escorrer pelo ralo’ a sua essência!

É tudo questão de autoconhecimento, uma urgência nos dias atuais. É gritante o número de pessoas, bem perto de nós, que se deixaram roubar e hoje experimentam um profundo vazio, uma enorme bolha de ar dentro de si mesmas, tudo porque vão acolhendo (no sentindo de colher mesmo) tudo o que escuta e tudo o que vê.

Mas é possível retomar a essência! Procure neste dia, olhar para dentro de si e reconhecer suas essências; procure encontrar em você os excessos (sentimentos, palavras, vivências), aquilo que você foi permitindo entrar sem ao menos perguntar o que é, de onde vem, e se decida a por todo excesso para o lado de fora.

Retome o caminho, sem medo, sem receio nenhum. Quantos não conseguem voltar o caminho. Medo? Vergonha? Orgulho?! Seja o que for, retome o caminho, e veja o que ficou no chão, as essências que foram sendo derrubadas. É um exercício constante, sem fim.

Retome sua essência! 

Pense nisso...


“O essencial é invisível aos olhos.” (Saint-Exupéry – Pequeno Príncipe)

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