Feliz
Natal! – Com sentido e significado, é claro!
É
natal, um corre-corre sem igual. Nunca se viu tanta gente num só
lugar, aglomerados, com os olhos fixos nos preços, nos produtos, nos
pacotes, nos presentes. Presentes e mais presentes. Presente pro pai,
pra mãe, pro filhinho, presente pra tia, pro primo, presente pro
chefe, ah... pro chefe não pode faltar. Sem contar os amigos
secretos, nunca vi tanto amigo secreto.
Estamos
na época dos presentes, das comidas, das visitas, das
confraternizações. Mas, cá entre nós, qual o sentido de tudo
isso? É notável que não só nesta época, mas em todas, tem se
perdido o sentido e o significado das coisas. Alias, o próprio ser
humano caminha desta maneira, boa parte de nós vivemos uma vida sem
sentido, como se estivéssemos ligados no ‘automático’, vivemos
uma vida sem significado, como se fossemos uma planta ou um objeto
qualquer.
Sou
cristão, mas aqui não vou apontar os méritos desta celebração
cristã, mas apontar o esvaziamento de sentido que ocorre nesta época
e em outras. As pessoas se encantam com o Natal, e não é pra menos.
Se sentem atraídas pelo fato de celebrar o nascimento de uma criança
Divina – todos, até os mais céticos acabam se envolvendo, pois se
sentem como que convidados ou convocados a algo tão inerente a nossa
alma – o nascimento.
Quero
fazer três apontamentos sobre o Natal, sei que há muitos outros
aspectos que podem ser comentados, mas quero expressar somente três.
O primeiro ponto que quero considerar é ‘o que foi gestado é
convidado a nascer, ou melhor, é empurrado a nascer’, pois se não
nascer, corre o risco de morrer, de não tonar-se real. Quantos de
nós estamos gestando ideias que nunca nasceram? Gestando projetos,
sonhos que já passaram da hora de nascer? Falta de coragem, de
ânimo, de ousadia talvez seja a desculpa que damos para ficar
segurando essa ‘criança’.
Outro
ponto a considerar é o ‘nascer para a outra fase’ – tem gente
que insiste em permanecer na mesma fase, no mesmo ciclo – ciclo que
nunca se fecha, fica dando voltas na infância e não nasce para
adolescência, fica dando voltas na adolescência e não nasce para
vida adulta, voltas e mais voltas na mesma fase, resistindo morrer
para nascer. Conheço pessoas que ‘rezam’ a mesma ladainha há
anos, que chego a pensar: ‘De novo a mesma história?!’
E
por fim ‘o novo não nasce onde persiste em existir o velho’, sei
que há muitas pessoas, e eu fui uma delas, que desejam ardentemente,
com todas as suas forças – coisas novas, novidades; pessoas que
não aguentam mais viver do mesmo jeito, a mesma ‘lengalenga’,
mas continuam persistindo em ideias velhas, atitudes velhas, e não
se esforçam por abrir mão disso.
Nascer
é a palavra central, mas também é a vivência central do qual
somos convidados neste tempo e é claro, em outros também; mas a
sensação que temos é que neste tempo o convite ao ‘nascer’ é
mais acentuado, afinal de contas, estamos sempre iniciando ou
finalizando algo.
É
Natal! É hora de nascer! Este é o convite, este é o sentido.
Acredito que retomando o sentido e o significado, vamos aos poucos
nos desatolando dos inúmeros deveres sem sentido, que nos fazem
ficar correndo como malucos, comprando presentes como doidos, comendo
e bebendo sem parar, gastando até aquilo que não temos. Do que
adianta cumprir tudo isso a risca se o que esta sendo gestado há
anos não nasce, se não nascemos para a outra fase e se insistimos
em continuar com os nossos velhos hábitos e velhas ideias que nos
impedem de viver o novo.
Acho
que é por isso que o Natal é bem próximo do Ano Novo. E dá até
para aproveitar essa ideia de ‘fim do mundo’, para por fim a
algumas ideias, para desconstruir alguns ‘mundos’ que persistem
em existir em nós; acho que interpretaram mal o Nostradamus.
André
Henrique Faria
13
de dezembro de 2012
Concordo André!!!
ResponderExcluirViver a proposta...é difícil mas não impossível.
Parabéns Amigo.
Valew Elaine! É vdd, é difícil mesmo, mas não impossível. Feliz Natal!
ExcluirMuito bom!
ResponderExcluirValew Alexandre... abraços!
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